quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

< A viagem >

A moça da blusa florida subia um degrau, dois, e no terceiro seu olhar já encontrava o esperado. Entre tantas pessoas que naquela manhã se faziam presente no ônibus, havia ele. O rapaz. O rapaz que não era florido, mas era dela. Que todos os dias a encontrava, lá pelas 6h30 da manhã com a saudade carregada no olhar, e o desejo em cada movimento que realizava. Eles permitiam que as palavras e os sorrisos corressem soltos, desde o início da viagem, até o destino final. Em alguns momentos peculiares, o balançar das rodas os aproximavam, mas qualquer expectativa tinha fim assim que mais uma curva era formada e os dois voltavam a se afastar. Para mim, apenas centímetros. Mas para ambos, quilômetros de distância.
Talvez ela não soubesse, mas ele era inteiramente seu. Qualquer um que visse saberia. Ele era dela. Do começo da viagem, até o fim da vida."

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